Com a ocorrência de juros baixos e de crédito abundante no mercado financeiro nos EUA criou-se às condições para uma forte valorização dos imóveis, incentivando, assim, as pessoas (os mutuários) a financiar novas casas e também a refinanciar suas hipotecas, ou seja, as dívidas imobiliárias. Com isso, os mutuários passaram a receber dos bancos uma diferença em dinheiro, visto que os imóveis estavam supervalorizados e os empréstimos (hipotecas), na maioria das vezes, correspondiam ao dobro do valor real do imóvel, com isso, esse dinheiro extra serviria para o consumo. Na tentativa de captar dinheiro, devido ao aumento no número de empréstimos, os bancos criaram instrumentos financeiros complexos chamados títulos lastreados em hipotecas (uma espécie de nota promissória garantida pelas hipotecas) e venderam para investidores que também emitiram seus próprios títulos lastreados nesses títulos e passaram-nos para frente, espalhando por todo o sistema bancário. Com o aumento das taxas de juros para combater a inflação os preços dos imóveis passaram a cair, fazendo com que as mensalidades da casa própria ficassem mais caras, provocando, desta forma, a inadimplência (não pagamento das mensalidades) e, assim, os títulos que eram garantidos por essas hipotecas perderam valor no sistema financeiro. Além dos prejuízos com a inadimplência, os bancos tiveram fortes perdas de títulos, neste sentido, os bancos perderam muito dinheiro e a confiança e não mais emprestam dinheiro com medo de aumentar o calote e muitos bancos foram quase a falência e pediram ajuda ao governo americano.
Texto Adaptado de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u453003.shtml
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